Rede Baiana de Notícias

O Avanço do Eucalipto e suas Consequências para o Campo Brasileiro

O extremo sul da Bahia, região de extrema importância para a agricultura do Nordeste e do Brasil tem sido massacrado com a cultura de eucalipto. Suas terras planas e férteis estão em grande percentagem ocupadas pela monocultura de eucalipto, como uma praga de desespero implantada na área da mata atlântica e no berço da civiliza brasileira. A famosa lei KANDIR, é a maracutaia dos créditos recebíveis em imposto gerou uma relação incestuosa com o poder público. O lobby das grandes empresas extrapola o imaginário. A lepra do eucalipto fez que o extremo sul tenha um dos maiores focos dessa doença vinculada a miséria. Os impostos são pouquíssimos . Um verdadeiro subsídio ao grande latifúndio.

Nos últimos anos, a expansão das plantações de eucalipto tem transformado a paisagem rural brasileira. Promovida sob a promessa de desenvolvimento econômico e geração de empregos, a cultura intensiva do eucalipto tem, na prática, trazido efeitos devastadores, especialmente para as comunidades rurais. Em muitas regiões, o eucalipto está substituindo outras culturas e impondo um novo modelo de uso da terra que concentra riquezas, degrada o meio ambiente e intensifica o desemprego no campo.

Latifúndios e Concentração de Terras

Um dos maiores problemas associados à expansão da cultura do eucalipto é o fenômeno do latifúndio: terras férteis, antes ocupadas por pequenas e médias propriedades agrícolas, estão sendo gradualmente adquiridas por grandes empresas do setor. Essas terras são transformadas em monoculturas de eucalipto que, por demandarem vastas extensões para serem economicamente viáveis, limitam a diversidade de produção. Com isso, o pequeno agricultor é empurrado para a periferia ou mesmo forçado a abandonar a atividade, o que intensifica o êxodo rural.

As áreas de cultivo de eucalipto são, na maioria das vezes, grandes extensões planas e férteis, que poderiam ser usadas para a produção de alimentos. Essa concentração agrária reduz a oferta de alimentos locais e aumenta a dependência da população por produtos importados de outras regiões, o que gera insegurança alimentar e eleva o custo de vida.

Desemprego em Massa

Ao contrário do que se prega sobre a geração de empregos no setor de celulose e papel, a cultura do eucalipto é uma das que menos necessita de mão de obra. Uma vez que a plantação é estabelecida, são poucos os trabalhadores necessários para o seu manejo, sobretudo com o avanço da mecanização. Esse modelo gera uma estrutura onde apenas pequenos núcleos de emprego permanecem em cada fase de produção, criando bolsões de desemprego nas áreas rurais.

Em regiões que anteriormente abrigavam uma agricultura diversa, como plantações de alimentos e criações de pequeno porte, o impacto da monocultura do eucalipto sobre o emprego é devastador. Muitas famílias que dependiam dessas atividades se veem desamparadas e acabam migrando para os centros urbanos, onde enfrentam condições de vida precárias e a falta de oportunidades.

Degradação Ambiental

Além dos impactos socioeconômicos, o cultivo extensivo do eucalipto provoca uma série de problemas ambientais. A planta, que é exótica ao Brasil, demanda uma enorme quantidade de água, afetando a disponibilidade de recursos hídricos e alterando o equilíbrio dos ecossistemas locais. Esse fator é particularmente preocupante em áreas onde a escassez de água já é uma realidade.

O solo também sofre com o plantio intensivo de eucalipto. As raízes da planta desestabilizam o solo, dificultando sua regeneração e deixando-o pobre para cultivos futuros. Além disso, a pouca diversidade de espécies vegetais e a ausência de cobertura vegetal natural afetam a fauna local, levando à perda de biodiversidade e ao desaparecimento de espécies endêmicas.

Perspectivas e Alternativas

Frente a esses desafios, é urgente repensar o modelo de monocultura de eucalipto que se instalou em várias regiões do Brasil. Governos e empresas precisam se comprometer com o desenvolvimento de práticas agrícolas que priorizem a diversidade, o uso sustentável dos recursos naturais e a promoção da agricultura familiar. Incentivar o plantio de alimentos e a agroecologia são alternativas para combater a concentração de terras e o desemprego.

Enquanto o eucalipto continua a se expandir, comunidades, ambientalistas e especialistas em desenvolvimento rural alertam para a necessidade de um modelo agrícola mais equilibrado, que traga desenvolvimento sem comprometer o futuro das próximas gerações.

Compartilhar nas redes sociais

Leia mais

ITAPETINGA-PREFEITURA-DE-ITAPETINGA8-1110x450
Igreja_Nossa_Senhora_da_Conceição_-_Barra_de_Caravelas_-_Caravelas-BA_-_panoramio_800px
GettyImages-959620286-e1645528935353
106693607-venezuelan-presidential-candidate-edmundo-gonzalez-speaks-during-an-interview-with-afp-in
2024-06-27T214115Z_1_LYNXMPEK5Q0WJ_RTROPTP_4_POLITICA-ARGENTINA-LEYBASES
IMG-20221024-WA0388
presos-paraná-960x540
AOGIB6QWZFXIA4WYOTEPY2TIFQ
FILE PHOTO: Trump meets with House Republicans on Capitol Hill in Washington
1
045f22f19b18f5a3c106a4f3a9ade189
CEO-Carrefour
672cfdab289b5.r_d
18nov2024---agricultores-franceses-bloqueiam-estradas-durante-protestos-nacionais-contra-o-acordo-entre-a-uniao-europeia-e-o-mercosul-1731926310448_v2_900x506